Os alemães Rammstein apresentaram ontem no Pavilhão Atlântico o espetáculo da digressão Wir halten das Tempo. Não faltaram as habituais explosões de fogo, luz e claro, muito sexo.
Ainda há quem faça excursões, com sandes e jolas na mala da camioneta, para ir atrás das suas bandas favoritas. Ontem à noite foi assim. Contrariando todas as crises – a financeira, a cultural, a de meia idade – uma legião de fãs acorreu ao Pavilhão Atlântico para adorar os incendiários Rammstein.
Conhecidos pelo seu rock industrial, pelo fogo de artifício e pelas encenações dos seus concertos, ofereceram ontem mais de hora e meia dos condimentos que têm feito a sua carreira de 18 anos, passando pelos temas “clássicos” que puseram o mundo a gritar refrões em alemão. Note-se que desde 2009 que a banda não edita um registo de originais, não deixando por isso de ser digna de registo a afluência de público ao concerto.
Plateia bem composta, bancadas completas, muitas t-shirts da banda e gente de todas as idades, assistiu a um rigoroso e fantástico espetáculo de pirotecnia com fogo a ser disparado das guitarras, do teto, de uma estrutura montada no meio da plateia, etc. Houve ainda direito a orgasmos simulados após sodomia e mega-orgasmos, com ejaculações para cima da plateia. Till Lindemann foi o mestre de cerimónias por excelência: com roupas, expressões, movimentos eximiamente pensados e executados contribuindo, a todo o momento, para que haja um espetáculo dentro do espetáculo.
Quanto à música, a banda deu clara preferência aos dois primeiros discos – Herzeleid (1996) e Sehnsucht (1998) – como que tendo consciência de que serão os discos em que a fórmula obteve melhores resultados criativos e, talvez, comerciais.
Destaques para a intimista Mein Herz brennt tocada só com piano, Ich tu dir weh, Links 2-3-4, Du hast, Ich will ou Pussy. Não passou despercebida a falta de Rammstein e Engel, conhecidos temas dos alemães.
Contas feitas, o alto volume e a performance dos Rammstein ainda fazem sentido, como os próprios querem fazer notar pela designação da digressão – “Mantemos o Ritmo”. A sua dedicada legião de fãs retribuiu plenamente.
O aquecimento ficou a cargo do DJ Joe Letz dos Combichrist.
Foto do facebook oficial da Everything Is New