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Captura de ecrã 2013-05-17, às 18

SAL, dia 16: Chuva atrapalha, mas não chega a estragar

A segunda noite de Semana Académica de Lisboa prometia desde logo ser mais efusiva que o arranque, pelo gabarito de Buraka Som Sistema e Pete Tha Zouk. Os estudantes da capital não se retraíram com o mau tempo. Não foi Up All Night, mas quase.

No Cais do Sodré, local marcado pela organização para apanhar o autocarro para o Salódromo, a fila interminável fazia adivinhar uma digna enchente. A promessa de autocarros (grandes!) de 10 em 10 minutos foi cumprida à risca, o que não foi suficiente para evitar uns laaaargos minutos de espera. Na viagem testavam-se e aprovavam-se os ânimos, com cânticos e despiques universitários a aquecer as gargantas e a mostrar que sim!, (até) há espírito académico na capital.

Público

Se muitos ainda discutem, nós já nos decidimos: a distância vale mesmo a pena. É um raro privilégio ter à frente do palco principal uma inclinação de anfiteatro. Na primeira, segunda ou na 23.ª filas, todos conseguiram ver de modo perfeito a festa dos Buraka Som Sistema. Os frequentadores do Paredes de Coura sabem do que estamos a falar.

Este grupo já não surpreende. Ficávamos contentes se tivéssemos metade da energia deste kuduro. Ninguém ligou às pingas de chuva que iam ameaçando a noite, completamente arrasadas pela força e alegria de Kalemba, Aqui para vocês ou Hangover (BaBaBa). É certo que um bom concerto neste tipo de festas não se mede pela qualidade técnica, mas pela intensidade. Os Buraka aliam os dois. Afinal todo o sucesso por terras estrangeiras não se conquista por acaso.

Buraka

A banda deixa o recinto em brasa, e Pete Tha Zouk só precisava de não demorar muito tempo para agarrar a pulsação acelerada. E assim foi: recebemos Pete aos saltos, de braços no ar e a dar boas lições de dança. O espetáculo, bem guarnecido com luzes fortes e máquinas de fumo, só pecou por curto. Entre os êxitos, ouvimos algumas remisturas de Oasis e Red Hot Chilli Peppers. De repente, quando já não se esperava, nova carga de água. Poucos se demoveram. O êxtase continua abrigado em capas e em meia dúzia de guarda-chuvas em riste. Mesmo que hoje não haja gargantas em forma, temos SAL!

Pete Tha Zouk

A grande polémica da noite reside no facto de eu garantir a pés juntos que vi a Soraia Chaves a dançar bem perto do palco, com as pessoas que me ladeavam a negar. Só pode ser inveja. Voltando a assuntos sérios: com a régie tão próxima do palco, de certeza que nas próximas noites vai ser uma chatice para juntar tanta gente a ver os concertos.

 

Fotografias de André Cardoso