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Queridos de Hollywood: James Dean

Desde 24 de março, e em cada domingo, o Espalha-Factos tem uma nova iniciativa. Depois de, com o A Recordar, termos relembrado grandes atores e atrizes que não viram o seu talento reconhecido (ou apenas tardiamente tal aconteceu) ou caíram no esquecimento, desta vez iremos destacar algumas dos nomes mais Queridos de Hollywood, numa rubrica com o mesmo título.

“Dream as if you’ll live forever. Live as if you’ll die today” era uma das máximas deste ator, levada à letra durante a sua curta vida. Uma personificação do desejo de viver intensamente, um ícone cultural norte-americano que morreu cedo demais e deixou-nos uma filmografia escassa mas marcante. O ator hoje contemplado é talvez o mais querido de Hollywood, James Dean.

Antes da representação

Nascido a 8 de fevereiro de 1931, James Byron (nome em homenagem ao poeta Lord Byron), Dean viveu até aos seis anos no estado norte-americano do Indiana. Mudou-se para a Califórnia devido ao trabalho do pai e foi aí que a sua mãe, Mildred Dean, morreu, tinha o futuro ator apenas nove anos. A morte da mãe foi algo que sempre permaneceu no seu pensamento e moldou o seu caráter, o que  viria a revelar mais tarde numa espécie de ensaio autobiográfico.

Apesar de curto, este período na Califórnia viria a ser marcante, pelas coisas que James Dean teve a hipótese de experimentar , dando-lhe uma nova visão do mundo.

Desde pequeno que Jimmy, como era conhecido, cultivava uma ligação às artes: estudou violino, atuou em concertos e fez sapateado. Quando voltou ao Indiana para viver com o seu tio, pôs de lado a música e a dança, mas não os outros aspetos artísticos.

“Acho que a minha vida vai ser dedicada à arte e ao teatro”, disse nesse ensaio autobiográfico, de 1948. Traçando o caminho que passaria pela representação, nesta altura James Dean participava já em peças teatrais escolares.

Também já nesta altura referia uma paixão crescente por veículos automóveis, o que que lhe viria a ser fatal. Em 1949, após terminar o liceu e com o intuito de estudar, mudou-se para a Califórnia.

Carreira

“Após meses de audições, é com muito orgulho que anuncio que sou agora membro do Actors Studio. A maior escolar de cinema”, escreveu numa carta à família, em 1952. O sonho da representação estava assim cada vez mais perto da concretização, na famosa escola de Nova Iorque.

Após interpretar vários papéis em séries televisivas, Dean passou pela Broadway com a peça The Immoralist, em 1954, o que lhe valeu testes na Warner Brothers para um papel na adaptação cinematográfica do romance East of Eden, de John Steinbeck.

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O ator em East of Eden

O sucesso de East of Eden fez com que Jimmy adquirisse o seu primeiro Porsche, resultado da paixão por veículos motorizados.

A mudança para Hollywood deu-se em 1955, após conseguir o papel de Jim Stark no filme Rebel Without a Cause (Fúria de Viver, em português). Depois de ter terminado o filme, Dean participou em algumas corridas de automóveis.

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Poster do filme Rebel Without a Cause

O seu último filme seria Giant, no qual Dean ainda conseguiu terminar as filmagens. A 30 de setembro de 1955, morreu num acidente em auto-estrada, a caminho de uma prova.

A carreira, apesar de curta, foi desde logo aclamada. Em pouco mais de um ano, três filmes marcantes.

Prémios e reconhecimento póstumo

James Dean foi o primeiro ator a ser nomeado para um Oscar a título póstumo, em 1956, por East of Eden. No ano seguinte foi novamente nomeado por Giant. Nos BAFTA, exatamente o mesmo aconteceu.

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James Dean no seu último filme, Giant

Ganhou também a título póstumo dois Globos de Ouro, um em 1956, e o outro em 1957, o Henrietta Award, atribuído à estrela cinematográfica masculina favorita.

A admiração e o fascínio em torno de James Dean não surge só pelas suas capacidades de representação mas também, e principalmente, pela representação da juventude de uma determinada época, os anos 50, e pela personificação do espírito de rebeldia.

A sua vida deu já origem a vários filmes, onde se explora também um lado pessoal, ligado a uma suposta homossexualidade e à difícil relação mantida com o pai.

Live fast, die young, assim foi a vida de James Dean, um eterno querido de Hollywood.