O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.
Das primeiras fotografias em Kvitfjell, dia com uma ligeira falta de visibilidade

(A) Dias na Noruega: A chegada

Por vezes precisamos de uma mudança radical nas nossas vidas, precisamos de estar longe daqueles que amamos, dos sítios que nos são familiares, e fazer algo que realmente queiramos, sem hesitar, sem pensar demasiado naquilo que deixamos para trás, nas dificuldades que vamos enfrentar e na distância a que vamos estar das nossas casas.

A cada dia que passa, a Terra está a tornar-se cada vez mais numa Aldeia Global, já não estamos limitados ao sítio onde nascemos, somos cidadãos do Mundo, temos que abrir as nossas mentes e pensar globalmente.

Em junho de 2014 terminei os meus estudos em Fotografia e Cultura Visual, 3 anos de licenciatura no IADE, em Lisboa, e apercebi-me de que ainda não estava pronta para assentar com 21 anos. Constantemente me perguntavam: “Então, e agora? Vais procurar trabalho? Começar um mestrado?”. Comecei a sentir-me incomodada com estas perguntas. São realmente estas as únicas duas opções que temos aos 21 anos, mal terminamos uma licenciatura?

Não somos robots, as nossas vidas não estão programadas

Começamos a estudar aos 6 anos e acabamos aos 21, 15 anos a estudar, e devemos continuar a estudar ou entrar no mercado de trabalho? Parece-me que aquilo de precisamos mesmo é de uma pausa. Precisamos de parar por um tempo, focar-nos naquilo que gostamos, explorar o Mundo, explorarmo-nos a nós próprios, desfrutar da nossa liberdade por uns tempos, e depois sim poderemos começar a pensar no que fazer a seguir. Não somos robots, as nossas vidas não estão programadas, precisamos de fazer aquilo que nos deixa felizes e concretizados.

Com tudo isto em mente, e uma boa dose de egoísmo (necessária nesta situação), em novembro de 2014 candidatei-me a um estágio remunerado na Noruega através da VidaEdu. Fui aceite, e depois de todas as burocracias, cá estou eu!

Deixei Portugal a 14 de janeiro de 2015, rumo a Oslo. De Oslo apanhei um comboio para Ringebu, e de Ringebu fui conduzida pelas montanhas até Kvitfjell. Já de noite cerrada, vim a viagem toda boquiaberta por uma estrada coberta de neve, um cenário incrível para quem vem de um país que apenas tem neve na Serra da Estrela. Chegada ao Hotel, convencida de que iria começar a fazer laços internacionais, fui recebida por dois portugueses a ver o jogo do Benfica! Até nos confins da Europa, no meio das montanhas, rodeados de neve se encontram portugueses benfiquistas, incrível. Para além deles, a equipa é composta por dois polacos, dois checos, dois estónios, uma alemã e uma russa. Os proprietários do Hotel são um casal, a Kari, norueguesa e o Ralph, alemão. Uma família trabalhadora extremamente internacional, o que se torna caótico por vezes, mas divertido acima de tudo!

Esta é a minha história, que pretendo partilhar em imagens nos próximos meses.