O Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa, acolheu a cerimónia da Sociedade Portuguesa de Autores, em parceria com a RTP, que premeia os autores em Portugal. Ao vencer as três categorias de televisão – entretenimento, ficção e informação -, foi a estação pública quem reuniu mais galardões.
Um espetáculo recheado de luzes, cores e homenagens foi o que tomou conta do Auditório dos Oceanos, em Lisboa, onde o cinema, a rádio, a televisão, a literatura, a música, o teatro, a dança e as artes visuais repartiram protagonismo.
O presidente da SPA, José Jorge Letria, abriu a sessão que celebra “a importância o ato criador e daqueles que os praticam” com críticas ao governo e à falta de empenho do mesmo na cultura. “Aos criadores culturais tem faltado neste país quase tudo mas nunca o talento e a criatividade.” O discurso terminou com um dos maiores aplausos da noite.
Começaram por ser entregues as distinções na área do cinema, onde Os Gatos Não Têm Vertigens – Melhor Argumento e Melhor Atriz – e A Vida Invisível – Melhor Filme e Melhor Ator – foram os grandes vencedores.
No que ao pequeno ecrã diz respeito, a RTP saiu premiada ao reunir os vencedores nas diferentes categorias. A distinção para Melhor Programa de Informação foi entregue a Maria Flor Pedroso, pelo seu programa A Entrevista de Maria Flor Pedroso, na RTP 2; por sua vez Os Filhos do Rock, da RTP 1, arrecadou o galardão na categoria Melhor Programa de Ficção – num dos momentos mais aplaudidos da noite; já o Melhor Programa de Entretenimento foi A Cantiga era Uma Arma, da autoria e realização de Joaquim Vieira, na RTP 2.
A rádio Radar conquistou o título de Melhor Programa de Rádio, com Fala Com Ela, de Inês Meneses. A Vida Secreta das Máquinas, de Rodrigo Leão – que atuou em palco – venceu o Melhor Trabalho de Música Popular; já o Maestro Vitorino D’Almeida foi distinguido pelo seu trabalho na Música Erudita com UMinho. Na dança, a Melhor Coreografia foi Play False, de António Cabrita e São Castro.
O livro Nocturno Europeu, de Rui Nunes e Exercícios de Humano, de Paulo José Miranda venceram as categorias Melhor Livro de Ficção Narrativa e Melhor Livro de Poesia, respetivamente. Já Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso arrecadaram o galardão de Melhor Livro Infantil, pelo livro Com o Tempo.
Nas Artes Visuais, Ana Perez Quiroga conquistou a categoria Melhor Exposição de Artes Plásticas, com a instalação Antes Morta que Burra. O outro prémio SPA nesta área foi para Pauliana Valente Pimentel, com The Passenger, na categoria Melhor Trabalho de Fotografia.
Por último, o Melhor Espetáculo de Teatro pertenceu a João Lourenço, com Amor e Informação. Sara Carinhas, em A Farsa, e Elamano Sancho, em Misterman, foram distinguidos como Melhor Atriz e Melhor Ator, respetivamente.
A cidade do Porto e um dos seus mais ilustres conterrâneos, Siza Vieira, tiveram também espaço para homenagem: a cidade Invicta recebeu o Prémio SPA Melhor Programação Cultural Autárquica e o prestigiado arquiteto Álvaro Siza Vieira foi reconhecido tanto com o Prémio SPA Vida e Obra como com uma calorosa ovação de pé.
A Gala Prémio Autores marcou o 90º aniversário da Sociedade Portuguesa de Autores, como também o retomar da parceria entre a RTP e a SPA, que durará, pelo menos mais três anos.